Primeira mulher a exercer a presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no biênio 2016-2018, a ministra Laurita Vaz se aposenta na próxima quinta-feira (19) após 22 anos dedicados à corte. A magistrada será lembrada não apenas pelo pioneirismo de sua gestão, marcada por inovações que trouxeram mais eficiência à prestação jurisdicional, mas também por suas virtudes como julgadora sensível e dotada de firmes convicções jurídicas.
De acordo com a atual presidente da corte, ministra Maria Thereza de Assis Moura, o equilíbrio, a dedicação e a força da representatividade feminina fazem parte do legado de Laurita Vaz.
“Além de se destacar pelo saber técnico e jurídico em suas decisões, a ministra Laurita Vaz é fonte de inspiração para mulheres que almejam integrar o sistema de Justiça brasileiro. Sua atuação pioneira no STJ, como a primeira mulher que presidiu a corte, será sempre lembrada como um notável avanço do papel feminino no Judiciário e em nossa sociedade como um todo”, afirmou.
A seguir, a opinião de ministras e ministros sobre a colega que se aposenta:
Og Fernandes: “Pessoa culta, com enorme capacidade técnica, ponderada, com aguçado sentimento cristão, forte ânimo de fazer o bem e, sobretudo, de conservar as amizades que soube construir. A sua aposentadoria da corte deixará um enorme vácuo”.
Humberto Martins: “Ter sido o seu vice-presidente foi uma mistura de honra e alegria. A ministra Laurita Vaz é um exemplo de magistrada para as gerações de hoje e de amanhã. Sempre se destacou pelo diálogo, pela sensibilidade de julgadora, pela ética, pelo notável saber jurídico, pela efetivação dos direitos humanos e pela construção de uma sociedade mais justa e solidária”.
Isabel Gallotti: “A Laurita que aprendi a admirar no Ministério Público Federal, nos anos 80, alcançou o ápice da carreira no STJ, sempre exercendo suas relevantíssimas funções com a mesma serenidade, idealismo e incansável dedicação à causa da Justiça: um exemplo e porto seguro para todos nós”.
Ricardo Villas Bôas Cueva: “A ministra Laurita Vaz deixa como legado a atuação ética e a postura de magistrada altiva, dotada de conhecimento jurídico destacado. Sua passagem por diferentes setores jurisdicionais e administrativos, tais como o Conselho da Justiça Federal e o Tribunal Superior Eleitoral, e tendo sido a primeira mulher a ocupar a presidência do STJ, são fontes de inspiração para toda a comunidade jurídica”.
Sebastião Reis Junior: “A impressão que tenho é que todo dia é sempre o primeiro dia dela no tribunal. Sempre disposta, sempre atenta, sempre participativa. Foi um prazer enorme trabalhar diretamente com ela nos últimos anos. Aprendi muito com a juíza e a pessoa Laurita Vaz”.
Marco Buzzi: “Jurista destacada no âmbito do direito nacional, a ministra Laurita Vaz nos legou ensinamentos e aspirações. Sua jornada no STJ foi marcada por sua sabedoria e integridade, sempre demonstrando comprometimento com a lei, mas também com a sensibilidade humana”.
Marco Aurélio Bellizze: “Quando de minha chegada a esta corte, tive a honra de ingressar na Quinta Turma e de ser ali recebido pela ministra Laurita Vaz, magistrada cuja atuação sempre se destacou pela responsabilidade, dedicação e equilíbrio”.
Assusete Magalhães: “A ministra Laurita Vaz sempre atuou, na judicatura e na presidência do STJ, com muito comprometimento, dedicação e elevado tirocínio técnico-jurídico, demonstrando que a Justiça, na sua cúpula, também pode ser feminina, como a sua deusa Têmis”.
Sérgio Kukina: “A ministra Laurita Vaz sempre se distinguiu pela lhaneza no trato com os seus pares e os servidores, bem como pela solidez de suas convicções jurídicas, tendo, para além disso, exercido a presidência do STJ com invulgar e assertiva capacidade de gestão, aliada à delicadeza própria de um pulso feminino e de uma serenidade cristã”.
Moura Ribeiro: “Tenho a honra e o privilégio de poder dizer com o peito aberto que trabalhei com a ministra Laurita Vaz na Quinta Turma do STJ. Foi uma encantadora experiência, como encantadora é a pessoa da ministra. Posso dizer, parafraseando o Padre Vieira, que os passos que ela caminhou no STJ deixaram pegadas de amor, de profundo conhecimento e de admiração de todos que com ela tiveram o gosto de conviver”.
Regina Helena Costa: “Quando ingressei no STJ, tive o prazer de conhecê-la e com ela aprender sobre a jurisdição penal. A ministra Laurita Vaz é uma referência para todas as magistradas e todos os magistrados, por sua competência e dedicação ao trabalho”.
Gurgel de Faria: “A ministra Laurita, a partir da sua sólida formação no direito penal, oriunda que foi do Ministério Público, contribuiu sobremodo para o fortalecimento dessa seara jurídica no âmbito desta casa, sempre participando dos importantes debates na Corte Especial e na Terceira Seção do STJ, sem olvidar do período em que presidiu este tribunal”.
Reynaldo Soares da Fonseca: “A atuação da ministra Laurita Vaz no Tribunal da Cidadania foi notável e marcante. Seu exemplo deixa o legado da eficiência, da firmeza e da fraternidade, primando pela boa governança e pela melhor prestação jurisdicional. Sua história no sistema de Justiça e na atividade docente configura uma lição de vida”.
Ribeiro Dantas: “Orgulho da corte e, mais ainda, da sua Terceira Seção, onde brilhou em ambas as turmas criminais. Tudo o que faz tem um toque pessoal de compromisso, dedicação e disposição para o serviço”.
Joel Ilan Paciornik: “A ministra Laurita Vaz, exemplo de dedicação ao direito penal, equilibra com delicadeza e sensibilidade os papéis de magistrada, mãe, esposa e avó”.
Paulo Sérgio Domingues: “Profundo agradecimento à ministra Laurita Vaz, que conclui com louvor sua importante missão no Judiciário brasileiro. Destaco a importância de sua sensibilidade feminina, em todas as esferas da rotina deste tribunal, seja como magistrada comprometida e dedicada, seja como gestora”.
Messod Azulay Neto: “A ministra Laurita Vaz se despede nos deixando um legado inquestionável. Será sempre lembrada como magistrada honrada e a primeira mulher a presidir o STJ”.
Mensagem dos servidores do gabinete de Laurita Vaz: “Temos muito orgulho de trabalhar ao lado de uma magistrada sensível, empática e incansável no exercício da jurisdição. Aprendemos todos os dias, com exemplos, a superar dificuldades, a respeitar o próximo e a prestar um trabalho de qualidade para a sociedade. Somos muito gratos pela oportunidade de ajudá-la nessa missão”.
